Recentemente me dedique a rever as séries completas de Star Trek desde seu original, até sua tentativa de reinvenção histórica e acabei por escrever isso. Mas antes de começar eu aviso que esse texto não é uma forma velada de criar animosidade com os outros estilos, ou quem quer que seja. Mais sim uma forma de abrir os olhos das pessoas a alguns erros e manias das produções televisivas e "para audaciosamente ir onde nenhum homem jamais esteve".
Jornada nas Estrelas (“Star Trek”) é uma franquia de ficção científica dos EUA criada pelo roteirista e produtor Gene Roddenberry na década de 60. O universo ficcional de Star Trek é o cenário de seis séries televisivas, doze filmes para o cinema, centenas de livros, romances, desenhos animados, enciclopédias, dicionários, “manuais técnicos”, textos científicos e filosóficos, dúzias de jogos para computador e um parque temático em Las Vegas.
Em Jornadas nas Estrelas, a humanidade desenvolveu a tecnologia das viagens espaciais mais rápidas que a luz, a famosa dobra espacial, após uma fase pós-apocalíptica em meados do século XXI. Posteriormente, os humanos uniram-se a outras espécies da galáxia para formar a Federação Unida de Planetas. Nós, nesta altura, já teríamos superado muitos de nossos problemas, defeitos e vicissitudes, estando em um momento oportuno para dedicar-nós a explorar novos mundos. Muito bonito não?
Star Trek: The Original Series - TOS (1966-1969): A série original pode até soar meio datada para alguns, mas esta é por si só um das melhores do gênero ficção cientifica, devido à qualidade dos enredos abordados. Poderia ser melhor? Talvez nunca saibamos, mas para a época foi um marco.
O mais curioso, e o melhor dos roteiros – na sua maioria escritos por Dorothy Catherine, a "DC" Fontana para enganar os mais machistas - eram as atitudes acidas e muitas vezes nada polidas dos protagonistas. A ambigüidade e a competição de Spock (Leonard Nimoy) em relação ao McCoy (DeForest Kelley), a canastrice e o ímpeto do Capitão Kirk (William Shatner). Nada do politicamente correto de hoje.
Mas qual a validade desta série no contexto atual? Simples, ela cristalizou no imaginário dos telespectadores uma idéia do possível futuro promissor da humanidade, se esta fizesse seu dever de casa, além de ter criar uma legião de fanáticos os Trekkies. Mesmo que algumas vezes os personagens principais abordassem um lado da humanidade não muito glorioso para a Federação de Planetas Unidos.
Além disso, a série impregnou conceitos e regras no imaginário artístico e cientifico de muitos roteiristas e cientistas modernos, que não se cansam em buscar inspiração em seus episódios. Depois de um hiato de alguns anos onde obteve sucesso no sistema de syndication, surge a TAS.
Star Trek: The Animated Series - TAS (1973-1974): Que era uma forma de explorar mais um vertente da franquia devido ao sucesso da TOS durante anos de reprise. Está aqui mais por curiosidade. Apesar de suas duas temporadas terem sido bem aproveitadas por não ter as limitações do mundo físico. Ela é importante por ter mantido o fogo acesso nos corações dos fãs até a chegada dos filmes que acederam à chama que proporcionou o surgimento da TNG.
Star Trek: The Next Generation - TNG (1987-1994): Esta é para muitos o clássico dos clássicos, e a base para grande parte da mitologia do universo trekkers, e seus conceitos científicos e ideológicos. Além ter dado uma reinvenção a muitos mitos da série como os klingons e os romulanos.
Mas há um grave defeito, pelo menos para mim, nessa série; a quase completa ausência dos vulcanos – Data (Brent Spiner) não substitui a altura - que se tornaram ícones. Spock para mim está para Jornada nas Estrelas assim como o Darth Vender está para Guerra nas Estrelas. Um não vive sem o outro.
Além desse deslize, o conceito ecológico humanitarista dessa tripulação era um pouco fora da realidade, se é que se pode querer realidade em uma obra de ficção. Ainda bem que a figura do Q (John de Lancie) representava o choque de realidade aos personagens da nova geração, assim como o Spock brilhantemente fazia seu tabefe na cara hipócrita da humanidade para a velha. Alguém tinha que “meter o dedo na ferida”.
Os personagem da TNG eram muitos mais elaborados e os conceitos científicos muito mais plausíveis que na TOS, talvez nem tanto o comandante Riker (Jonathan Frakes). Havia muita contribuição de pesquisadores e entusiastas como G. Harry Stine. Também a figura de Picard (Patrick Stewart) era de um verdadeiro capitão de uma federação de planetas unidos, nada a ver com a figura de cowboy canastrão tresloucado do Capitão Kirk.
A TOS e a TNG foram, é são o que há de melhor em Star Trekk, mas com a morte do criador os problemas começaram. Além da habitual babaquice politicamente correta, as séries passaram a viajar na maionese ou levantar bandeiras ideológicas ou mesmo tentar ousar demais e entregar de menos.
Sem contar que nesta época já deixava a mostra um pouco do que eu costumo chamar freqüentemente de mania “disneriana adolescente de filmes/séries de relacionamento”; eu também não podia me esquecer é claro da impregnação da militância feminista e homossexual sem contexto ou sem tino artístico, coisa que estragou em muito as séries e estraga hoje muita das outras do mesmo filão. Mas isso já discussão para outra oportunidade.
Eu recomendo muito a assistir a essas duas séries - e também uma passada pelo Trek Brasilis – que são a base para se entender o universo trek, mas aviso que se devem olhar as duas por um olhar neutro; sem preconceitos. Não tente observá-las pelo olho retardado do 3° milênio, pois senão vai se decepcionar.
Tratarei de todas as séries da franquia em dois artigos para não ficar muito extenso. No final darei uma opinião sobre o atual estado das séries de ficção científica e sua decadência, então espere pelo final para elaborar uma critica ao meu texto. Não peguem a tocha e o anchinho ainda.
Jornada nas Estrelas (“Star Trek”) é uma franquia de ficção científica dos EUA criada pelo roteirista e produtor Gene Roddenberry na década de 60. O universo ficcional de Star Trek é o cenário de seis séries televisivas, doze filmes para o cinema, centenas de livros, romances, desenhos animados, enciclopédias, dicionários, “manuais técnicos”, textos científicos e filosóficos, dúzias de jogos para computador e um parque temático em Las Vegas.
Em Jornadas nas Estrelas, a humanidade desenvolveu a tecnologia das viagens espaciais mais rápidas que a luz, a famosa dobra espacial, após uma fase pós-apocalíptica em meados do século XXI. Posteriormente, os humanos uniram-se a outras espécies da galáxia para formar a Federação Unida de Planetas. Nós, nesta altura, já teríamos superado muitos de nossos problemas, defeitos e vicissitudes, estando em um momento oportuno para dedicar-nós a explorar novos mundos. Muito bonito não?
Star Trek: The Original Series - TOS (1966-1969): A série original pode até soar meio datada para alguns, mas esta é por si só um das melhores do gênero ficção cientifica, devido à qualidade dos enredos abordados. Poderia ser melhor? Talvez nunca saibamos, mas para a época foi um marco.
O mais curioso, e o melhor dos roteiros – na sua maioria escritos por Dorothy Catherine, a "DC" Fontana para enganar os mais machistas - eram as atitudes acidas e muitas vezes nada polidas dos protagonistas. A ambigüidade e a competição de Spock (Leonard Nimoy) em relação ao McCoy (DeForest Kelley), a canastrice e o ímpeto do Capitão Kirk (William Shatner). Nada do politicamente correto de hoje.
Mas qual a validade desta série no contexto atual? Simples, ela cristalizou no imaginário dos telespectadores uma idéia do possível futuro promissor da humanidade, se esta fizesse seu dever de casa, além de ter criar uma legião de fanáticos os Trekkies. Mesmo que algumas vezes os personagens principais abordassem um lado da humanidade não muito glorioso para a Federação de Planetas Unidos.
Além disso, a série impregnou conceitos e regras no imaginário artístico e cientifico de muitos roteiristas e cientistas modernos, que não se cansam em buscar inspiração em seus episódios. Depois de um hiato de alguns anos onde obteve sucesso no sistema de syndication, surge a TAS.
Assista a série baixando-a pelo site Séries Free aqui.
Star Trek: The Animated Series - TAS (1973-1974): Que era uma forma de explorar mais um vertente da franquia devido ao sucesso da TOS durante anos de reprise. Está aqui mais por curiosidade. Apesar de suas duas temporadas terem sido bem aproveitadas por não ter as limitações do mundo físico. Ela é importante por ter mantido o fogo acesso nos corações dos fãs até a chegada dos filmes que acederam à chama que proporcionou o surgimento da TNG.
Star Trek: The Next Generation - TNG (1987-1994): Esta é para muitos o clássico dos clássicos, e a base para grande parte da mitologia do universo trekkers, e seus conceitos científicos e ideológicos. Além ter dado uma reinvenção a muitos mitos da série como os klingons e os romulanos.
Mas há um grave defeito, pelo menos para mim, nessa série; a quase completa ausência dos vulcanos – Data (Brent Spiner) não substitui a altura - que se tornaram ícones. Spock para mim está para Jornada nas Estrelas assim como o Darth Vender está para Guerra nas Estrelas. Um não vive sem o outro.
Além desse deslize, o conceito ecológico humanitarista dessa tripulação era um pouco fora da realidade, se é que se pode querer realidade em uma obra de ficção. Ainda bem que a figura do Q (John de Lancie) representava o choque de realidade aos personagens da nova geração, assim como o Spock brilhantemente fazia seu tabefe na cara hipócrita da humanidade para a velha. Alguém tinha que “meter o dedo na ferida”.
Os personagem da TNG eram muitos mais elaborados e os conceitos científicos muito mais plausíveis que na TOS, talvez nem tanto o comandante Riker (Jonathan Frakes). Havia muita contribuição de pesquisadores e entusiastas como G. Harry Stine. Também a figura de Picard (Patrick Stewart) era de um verdadeiro capitão de uma federação de planetas unidos, nada a ver com a figura de cowboy canastrão tresloucado do Capitão Kirk.
Assista a série baixando-a pelo site Séries Free aqui.
A TOS e a TNG foram, é são o que há de melhor em Star Trekk, mas com a morte do criador os problemas começaram. Além da habitual babaquice politicamente correta, as séries passaram a viajar na maionese ou levantar bandeiras ideológicas ou mesmo tentar ousar demais e entregar de menos.
Sem contar que nesta época já deixava a mostra um pouco do que eu costumo chamar freqüentemente de mania “disneriana adolescente de filmes/séries de relacionamento”; eu também não podia me esquecer é claro da impregnação da militância feminista e homossexual sem contexto ou sem tino artístico, coisa que estragou em muito as séries e estraga hoje muita das outras do mesmo filão. Mas isso já discussão para outra oportunidade.
Eu recomendo muito a assistir a essas duas séries - e também uma passada pelo Trek Brasilis – que são a base para se entender o universo trek, mas aviso que se devem olhar as duas por um olhar neutro; sem preconceitos. Não tente observá-las pelo olho retardado do 3° milênio, pois senão vai se decepcionar.
Tratarei de todas as séries da franquia em dois artigos para não ficar muito extenso. No final darei uma opinião sobre o atual estado das séries de ficção científica e sua decadência, então espere pelo final para elaborar uma critica ao meu texto. Não peguem a tocha e o anchinho ainda.
Próximo: Star Trekk: A decadência.
Obrigado, vou testar a sua indicação de divulgação.
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