sexta-feira, 22 de abril de 2016

O estranho no ninho, Xerox Alto.

Xerox_AltoJá faz um bocado de tempo que não escrevo nada sobre as séries de artigos referentes à história dos computadores. Mas resolvi voltar à carga, mas ainda não entrarei na “quarta” geração. Não tinha como começar sem antes abrir um “parêntese” para falar de um quase desconhecido, mas que revolucionou mais que o famoso ENIAC. Pois não dá para falar em microcomputadores sem antes citar o Xerox Alto lançado em 01 de março de 1973.

Ele foi um dos primeiros computadores pessoais de uso geral projetado para uso individual, pioneiro no uso da metáfora do desktop, mouse, e da interface gráfica do usuário (GUI). Mas ao que parece a empresa não sabia o que fazer com o computador.

O seu desenvolvido ficou a cargo do PARC (Palo Alto Research Center) da Xerox, liderado por Charles Thacker e Butler Lampson. Inspirados no NLS (oN-Line System) criado por Douglas Engelbart no ARC (Augmentation Research Center). Esse foi um dos muitos projetos financiados por JCR Licklider, diretor do IPTO (Information Processing Techniques Office) do DARPA, um dos muitos filhos do seu ARPANET.

Muitos dos benefícios deste computador só vieram em um produto comercial com o Xerox Star lançado em 1981.

Possuía um processador composto de chips TTL (Transistor-Transistor Logic), uma unidade de lógica aritmética, (ALU, Arithmetic Logic Unit) bit-slice com quatro chips 74181 da Texas Instruments, uma ROM com uma extensão de armazenamento, 128 kB (expansível até 512) de memória RAM à 16 bits. Usava um “HD” removível de 2,5MB da Diablo Systems.

Diferentemente da maioria dos minicomputadores da época, ele não usava um terminal serial para a interface com o usuário. Além da conexão Ethernet, o único dispositivo de saída comum era um monitor CRT (monocromático) montado na orientação "retrato" em vez da mais comum "orientação paisagem. Possuía um teclado personalizado destacável, um mouse de três botões, e um conjunto de cinco chaves acorde

Usava a linguagem BCPL (Basic Combined Programming Language), e mais tarde Mesa, que não era amplamente utilizado fora do PARC. O Alto ajudou a popularizar o uso dos gráficos “rasters”. Ele também introduziu o conceito da operação de transferência de blocos de bits, ou BitBLT, como a interface de programação fundamental para o display. Ele possuía um microcódigo, que, ao contrário de muitos computadores, não era escondido do programador.

A quantidade de inovações trazidas por pesquisadores da Xerox, para este computador, são muitas. A Ethernet por Robert Metcalfe e David Boggs. O mouse por Douglas Engelbart e William English. Mais talvez a maior contribuição seja indiretamente, ao mudar completamente a cara do que hoje se entende por interface do usuário devido ao famoso passeio de Steve Jobs em 1979 pelos laboratórios do PARC.

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