Peguei-me pesando nestes tempos sobre a febre que está sendo o mundo dos jogos eletrônicos, principalmente a onda saudosista colecionista, e a pseudo-autoridade que anda aparecendo por ai. Não sou isso, mas possuo muita mais bagagem que esses indivíduos “especialistas”, pois no final das contas eu convivi com os referidos aparelhos desde a década de 1980 e não sou da linha que ouvi fulano falar.
Meu primeiro contato com consoles foi com um Sayfi Dactari (copia do Atari VCS 2600 CX2600-A) em 1984. Apesar de o mesmo não ser meu. Só fui ter meu primeiro console com o Super Nintendo (Playtronic) da japonesa Nintendo, que comprei para meus sobrinhos, 1994.
Apesar de não ser colecionador, posso ser considerado um, pois vou acumulando eletrônicos que passam pela minha casa com os anos. Aqui, por exemplo, não há nenhuma TV que possa se dizer moderna. Todas as 6 são CRT, mesmo que cinco delas sejam “modernas” EDTV de formato 16:9.
Uma, Sanyo colorida analógica de 14 polegadas mono (“atochada” a um VHS Toshiba de 4 cabeças) faz parte de um museu particular, em companhia de uma Olivetti Lettera 35 mecânica, e um rádio SEMP PT 76 (Capelinha). Todos acondicionados em uma escrivaninha de mogno com mais de 100 anos.
Mas voltado ao assunto. E por que que, que eu digo lá em cima que são pseudo especialistas? Pelo simples fato de demostrarem que não viveram a época que tanto idolatram, e vou citar o caso do Atari 2600 que foi o motivo da explosão de popularidade dos consoles na Brasil em 1983.
Foram o Mappin e a Mesbla entre 1981 e 1983 que importaram lotes de forma oficial, mas não era nada popular, foram principalmente os seus clones que tornaram isso possível. Dynacom Dynavision em agosto de 1983 e o Sayfi (Milmar Eletrônica) Dactari de maio de 1983.
Com uma menção honrosa ao Top Game, da Bit Eletrônica de 1981. Apesar de a Polyvox, (Gradiente) lançam em agosto de 1983 o modelo oficial. O terreno já era domínio deles, e dá-lhe CCE (Supergame VG-2800 de 1984). Dismac (VJ 9100 de 1985), e até Microdigital (Onyx Jr de 1985).
Sim e isso mesmo que quero chegar, a maioria não conheceu o “verdadeiro” Atari 2600, e sim seus clones, o mesmo fenômeno foi com o “Nintedinho”. No Brasil só irá ver o predomínio dos consoles oficiais na década de 90 com os aparelhos de 16 bits da 4ª geração.
E por que isso acontece? Por que o brasileiro nunca gostou muito de história, e não sabemos por que, sim confesso sabemos, mais isso já é historia para outro texto. Iniciativas de preservação como a do Museu do Computador e de indivíduos da época são raras, por isso os mitos que se tornam comum para os indivíduos que adquiriram a maturidade intelectual depois dos anos 2000. Como o já famoso, Nintendo revolucionária.
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
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