Computadores antigos: 3ª geração.

Os primeiro usos para os circuitos integrados (CI), que foram inventados simultaneamente por volta do ano de 1958 por Jack Kilby da Texas Instruments e Robert Noyce da Fairchild Semiconductor, foram em circuitos periféricos em computadores simples de controle de vôo aeroespacial, como o Autonetics D-17B da North American Aviation de 1962 e o Raytheon Apollo Guidance Computer (AGC) de 1966. E nos computadores gerais?

O pioneiro nesta área foi o “americano” IBM System 360 de 1964, que pode pleitear a primazia de ser o primeiro computador de uso geral a usar chips, apesar de a maioria não ser “verdadeiros”. A IBM usava circuitos híbridos chamados SLT (Solid Logic Technology). Ele foi licenciado para outras empresas como as “americanas” Amdahl, Sperry Rand e RCA, a alemã Siemens e a britânica English Electric e a Hitachi e Fujitsu japonesas.

Ele tinha memória de núcleo magnética variando de 8KB a 8MB. Era um computador de 32 bits. E o pioneiro no uso de microcodigo usando um TROS (Transformer Read Only Storage). Seu sistema era o BOS/360 (Basic Operating System/360). Podia usar uma gama de periféricos próprios, e de outros modelos fabricados pela IBM. Possui modelos personalizados pela própria empresa.

Em 1972 surgia um clone soviético o ES EVM - Yedinaya Sistema Elektronnykh Vychislitel'nykh Mashin - (Sistema Único de Computadores Eletrônicos) do NITsEVT - Nauchno-Issledovatel'skiy Tsentr dlya Elektronno-Vychislitel'noy Tekhniki de Moscou (Centro de Investigação Científica para Computadores Eletrônicos).

A italiana Olivetti Programma 101 de 1964 é considerado o primeiro computador de mesa, e é um espécime estranho na terceira geração, pois usava transistores e diodos, e sua memória principal era memória de linha de atraso. Não usava circuitos integrados, mas a construção dos seus sectores lógicos era parecida com o modelo SLT da IBM. Usava uma linguagem Assembly simplificada.

Os cartões magnéticos eram os principais meios de armazenamento de dados. Possuía uma impressora parecida com as de calculadoras financeiras. Ela era basicamente uma calculadora programável, mas que podia ser usada como um computador básico.

Outra curiosidade era a Hewlett-Packard 9100 de 1968 que usava o mesmo principio da Olivetti sendo até obrigado pela justiça a pagar multa por plagiá-la. Para tentar disfarçar era chamada de calculadora programável, mas em nada se diferenciava de um computador da época.

Mais talvez o mais curioso seja o soviético MIR - Mashina dlya Inzhenernykh Raschetov (Máquina para cálculos de engenharia) de 1965 criando por Victor Gluchkov do Institut Kibernetiki Natsional'noy Akademii Nauk Ukrainy (Instituto de Cibernética da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia). Era de 12 bits com memória de núcleo de ferrite com 4K e armazenamento externo com fita de papel, entrada a partir de uma máquina de escrever elétrica Zoemtron.

Neste computador varias inovações que surgiram na época eram usadas de modo prático, como a linguagem de programação Almira-65, não havia paralelos no ocidente na época, ou as máquinas eram simples de mais ou complicadas. Era verdadeiramente um computador popular e pequeno o bastante para ser usados em qualquer escritório; ou fábrica, coisa que só iria aparecer nos anos setenta no ocidente.

O “americano” Datapoint 2200 de julho de 1970 desenvolvido por Phil Ray e Gus Roche da Computer Terminal Corporation (CTC). Pode ser um ilustre desconhecido de todos, mas ele pode pleitear a primazia de ser o primeiro PC (Personal Computer) da história, apesar de ser vendido como um terminal programável. Ele possuía um teclado acoplado a um monitor de fósforo verde de 12 linhas e 80 colunas. O armazenamento eram duas unidades de fitas cassete, com 130 KB. Inicialmente um cartucho removível de 2.5 MB, 2315 da Diablo Data Systems (DDS), estava disponível.

Possuía vários tipos de interface serial, paralela e impressoras, e um perfurado/leitor de cartão. Havia dois modelos, o Tipo 1 com 2 KB de memória principal, expansível até 8KB; e o Tipo 2 que usava chips de 1 kbit, totalizando 4KB de memória, expansível até 16K. A CPU usava uma série de chips TTL (100). Suas instruções (microcódigo) são importantes para a história do PC, já que seus inventores, Victor Poor e Harry Pyle são indiretamente responsáveis pelo Intel 8008 e, por conseguinte da arquitetura x86 de onde deriva a maioria esmagadora dos processadores para computadores pessoais de hoje.

O “americano” Kenbak-1 da Kenbak Corporation de 1970 é considerado pelo Computer History Museum, e o American Computer Museum, como o primeiro "computador pessoal" do mundo; apesar da existência do Datapoint 2200. Apenas 40 máquinas foram construídas e vendidas. Ele foi projetado por John Blankenbaker com vendas a partir do início de 1971 em forma de kits pela revista Scientific American por US$ 750 parando em 1973 com a falência de empresa. Somente cerca de 10 máquinas ainda permanece na mão de colecionadores.

Usava o mesmo tipo de construção do Datapoint 2200 com alguns chips TTL. Era um computador de 8bits com 256 bytes de memória e com o “clock” a 1MHz. Para utilizar o aparelho, era preciso programá-lo e, operá-lo, através de uma série de botões e interruptores, usando puro código de máquina. A saída consistia em uma série de luzes. Era basicamente um computador educacional em forma de kits, como viria a se torna comum no inicio da década de 70.

A assim chamada terceira geração não durou muito e nem muito menos produziu computadores tão diferente em componentes para diferenciá-los dos seus antecessores. Mas é responsável pelos conceitos. Além dos mini e super, que surgiram concomitantemente com a terceira geração, as “calculadoras programáveis” e o computador de mesa, os percussores da onda do micro da década de 70, são desta época.

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